quarta-feira, 9 de maio de 2012

Grave Dance by Kalayna Price

Para quem costuma ler séries, há uma frase que embora irrite solenemente, é verdade na maioria dos casos: "a série fica boa a partir do terceiro!", com excepção talvez do dresden, que segundo li, o quarto é excepcional, o quinto põe-nos a pensar se o quarto foi um acidente, mas depois do sexto não se consegue parar de ler.

Grave Dance é o segundo livro da série Alex Craft, cuja acção se passa um mês depois do Grave Witch, em que vemos a nossa heroína a descobrir um intolerância ao ferro, e a descobrir que os poderes estão ligeiramente evoluídos.

Bastante melhor que o primeiro volume, deixou-me à espera do terceiro, para ver se é desta que me deslumbra.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Comfort Food by Kitty Thomas

Ao ler o comentário do Sabedoria de Moura sobre a Natascha Kampusch pensei duas coisas 1)lá está ele com as piadas tristes e 2)e porque não ler um livro do género. Ora, se quanto ao ponto 1 apenas posso abanar a cabeça e fazer o meu smirk-não-há-nada-a-fazer, o segundo tem solução. No entanto, e dado o tema delicado tinha uns quantos entraves... e se ser totalmente fora da minha zona de conforto eu até tentava dar a volta, a faixa etária da Natascha estava completamente fora de questão. Lembrei-me imediatamente quando andava na faculdade e tive de fazer um trabalho de um tema da actualidade. A primeira opção que o meu grupo ponderou foi a pedofilia - a primeira página de resultados do google fez-nos mudar de ideias em três tempos.  Portanto crianças em cativeiro...deixa ver... Não. Nem pensar. Fora de questão.

Coincidência ou não, na mesma altura cruzei-me com uma referência ao Comfort Food. Ao pesquisar mais informação sobre o livro deparei-me com o disclaimer da autora:

DISCLAIMER:

This is not a story about consensual BDSM. This is a story about "actual" slavery. If reading an erotic story without safewords makes you uncomfortable, this is not the book for you. This is a work of fiction, and the author does not endorse or condone any behavior done to another human being without their consent.

O meu Tico fez logo soar as campainhas de alarme "É BDSM" isso faz-nos confusão. Ao que o Teco respondeu "É uma história de ficção".
 "Mas não tem safewords". 
"É uma história de ficção". 
"Deixa-me voltar a dizer NO SAFE WORDS".

Exacto. Sem safewords. Completamente fora da minha zona de conforto.

Comfort Food conta-nos a história de Emily Vargas, uma licenciada em psicologia e guru de livros de auto-ajuda, que é raptada e mantida em captiveiro, até a sua perspectiva da realidade mudar radicalmente. A história é contada na primeira pessoa, e mostra-nos o evoluir da personalidade da Emily em que as condições que está sujeita lhe trocam as prioridades, de tal forma que a chicken noodle soup (comfort food) passa a ser encarada como castigo, e as vergastadas passam a ser encaradas como conforto.

O livro leva o síndroma de estocolmo à letra. 

Faz-nos pensar que não importa se a resistência mental é forte o suficiente ou não, quantos livros de auto-ajuda se escreveram, e não adianta ter uma licenciatura em psicologia e identificar os sintomas que se estão a sentir. 

Eventualmente, toda a gente quebra. 

No reino animal, após manter um animal em captiveiro durante muito tempo, é mais cruel libertá-lo de volta ao mundo real, do que mantê-lo na prisão a que começou a chamar de casa.