Começou como fan-fic de Twilight, e tornou-se num fenómeno. Ao querer perceber em primeira mão o porquê, fui lê-los em audio e fiquei viciada, ouvi os três de seguida, e não satisfeita ainda os fui reler em formato electrónico. Ora que, pois, se da primeira vez até gostei, da segunda cheguei à brilhante conclusão de que os livros são como aqueles que serviram de fonte de inspiração, nada além de lixo literário, sem sumo, com relações abusivas, homens prepotentes, perseguições sem sentido, diálogos pobres, e uma legião de fãs pelo mundo inteiro.
O Christian é um sádico prepotente, que gosta de bater em morenas, porque lhes fazem lembrar a mãe biológica, e que usa o passado como desculpa para controlar e por e dispor da vida dos que o rodeiam como lhe apetece, só porque sim, embora no fundo continue a ser um menino perdido, que precisa que lhe estejam sempre a dizer/mostrar adoração e aprovação, mas cumprindo as regras, senão ele zanga-se.
A Ana tem rasgos verdadeiros de esquizofrenia, com três personalidades múltiplas, a dela que não tem piadinha nenhuma, tem um problema de auto-estima patológico, e cuja finalidade na vida é ler livros, e não fazer zangar o marido com personalidade instável, a inner goddess, que não passa duma ninfomaníaca mimada, cuja único objectivo na vida é passar a vida no playroom e conduzir carros desportivos, e o subconsciente, que é uma mistura de bibliotecária com professora de primária, que passa a vida a dar sermões, e a ler livros. As referências às duas personalidades que começaram por ter alguma piada, tornam-se rapidamente monótonas, sem nexo, e a roçar o ridículo - principalmente quando se põem as três na conversa... yeah...
A melhor amiga, que nos é introduzida como futura jornalista cheia de potencial, é mais uma menina rica mimada, com aspirações a comadre do bairro. Se a saga não terminasse ainda a iríamos ver numa janela, a falar com a vizinha da frente.
A personagem que mais me desiludiu, foi mesmo a "Mrs Robbinson", estava eu cheia de fé em que ela viesse a ser a cabra de serviço, no entanto não passava duma aspirante a vaca, com o appeal dum caracol ranhoso. Os pais quer de um quer de outro, estão fieis ao original, e o resto das personagens nem sequer é digno de referência, sendo os "vilões" mais previsíveis que o tempo numa noite de Agosto.
Três livros depois a história resume-se a isto: Rapariga inexperiente conhece homem milionário reservado que a desafia para bondage em secretismo. Rapariga experimenta, fica chocada e foge. Milionário chama de volta. Rapariga aceita. 5 semanas depois casam. Lua de Mel. Primeira discussão = crise no casamento. Rapariga salva o dia. 2 dias no hospital. HEA. The end.
O livro deveria chamar-se Fifty Days to HEA. A temática devia ser romance de cordel. Não sei o que me irrita mais, se quem o lê ficar com a ilusão de que se é muito maroto, pois leu um livro sobre bondage(?!), se as editoras agora usarem o Fifty Shades para promover os livros de bondage a sério - mas pronto, na capa do Eclipse também está escrito "o livro que eclipsou Harry Potter", devo ser eu que não percebo nada de marketing.