segunda-feira, 26 de novembro de 2012

The Rook by Daniel O'Malley

Cada vez que penso em escrever a opinião do The Rook, começo a torcer as mãos sem saber muito bem por onde começar, e acabo sempre por desistir. A sério, tenho a entrada em modo draft desde o dia em que o terminei de ler, totalmente em branco à excepção do título do post. 

O conflito de ideias que o livro me prova é de tal ordem, que por mais que tente não consigo arranjar fio condutor para um texto decente. Mesmo agora, estou para aqui a debitar palavras, meio a medo e a "encher chouriços" enquanto o cérebro tenta (e falha redondamente) organizar as ideias, resta apenas escrever de improviso, e ver o que sai, pode ser que seja alguma coisa de jeito, ou talvez não, mas de hoje não passa.


O ponto de partida: Myfawny Thomas, a segunda, acorda no meio do nada, num dia de chuva torrencial, com ar de quem foi vítima dum ataque severo de violência domêstica, sem fazer ideia de quem é, rodeada de pessoas mortas, todas elas a usar luvas de latex, e com dois envelopes numerados dentro do casaco. A carta contida no envelope número 1 tem, o melhor começo que alguma vez vi num livro: 

"Dear You
The body you are wearing used to be mine" 

A partir daqui descobrimos que Myfawny Thomas sofreu um "apagamento total" das suas memórias, pertence a uma organização secreta de pessoas com talentos especiais - uma mistura entre M6 e X-Men - onde tem o título de Rook (torre), e que o atentado à sua pessoa veio de dentro da direcção da mesma (2 Torres, 2 Cavalos, 2 Bispos, 1 rei e 1 Rainha), restando-lhe duas opções 1)Fugir e criar uma nova identidade, e começar do zero - tarefa facilitada pelo facto de não saber quem é ou 2)Assumir a sua antiga identidade e tentar desvendar quem é o traidor, e o porque da terem escolhido como alvo.

O que achei: Um verdadeiro page turner. Não houve um instante em que tivesse de parar, e que achasse "vou fazer uma pausa". Não, o livro prende-nos até à última página, e cada capítulo traz mais perguntas do que respostas, a forma inovadora com que a história e a personalidade da protagonista antes e depois de perder a memória nos é revelada, é extremamente apelativa, apesar dos momentos "Dear You", a meio duma cena dramática por vezes me fazerem querer pontapear alguém, principalmente quando a carta não nos vem trazer nenhuma adição ao referido momento.

Gostei particularmente do facto da nova Myfawny ter tantas falhas ao nível de agente secreto. O que torna a história mais credível, pois apesar da old Myfawny ter tido treino de elite, a nova, tendo perdido a memória, apenas tinha o instinto, e a pastinha das informações, cuidadosamente compilada pela old Myfawny quando se apercebeu de que iria ser "apagada".

Apesar de ter demasiadas conspirações para o meu gosto - dei por mim a não confiar em nada e ninguém do que se passava, o livro manteve o meu interesse até ao fim, e deixou interrogações suficientes para justificar uma sequela, que a surgir, embora não a agarre assim que sair, vou de certeza lê-la.

A título de curiosidade, falta apenas referir que o The Rook tem como cenário o Reino Unido, usa hábitos Americanos, e foi escrito por um Australiano.

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